Excelente texto de Maria Regina Rocha no De Rerum Natura sobre a avaliação do desempenho dos professores, o porquê do Ministério querer à força e de qualquer maneira aplicar este modelo, a mentira repetida de que não havia avaliação, ou as circunstâncias em que os docentes acedem à profissão e a desenvolvem no seio das escolas.
(…) É que fazer crer à opinião pública que os males do ensino residem na actuação dos professores e no facto de nunca terem sido avaliados segundo este modelo revela, no mínimo, ignorância, no máximo, má fé.
E isto por dois motivos: os grandes factores que influenciam os resultados dos alunos (sensivelmente 60%) não são controláveis pela escola (essencialmente aspectos pessoais e sócio-económicos) e, dos restantes, ou seja, os factores inerentes ao sistema educativo, os professores não são responsáveis por aqueles que são determinantes, ou seja, os currículos, os programas e o tipo de formação pedagógica e didáctica que lhes é proporcionada: não esqueçamos que os professores cumprem os programas e directrizes da tutela e dos órgãos de gestão (escrupulosamente, senão têm de o justificar).
Assim, com verdade e serenidade, não misturemos avaliação dos professores, progressão na carreira e política salarial do governo com o que está mal no Ensino em Portugal e como resolvê-lo.
Vale a pena ler o texto completo.