1.2. A Cultura Participatória e a Read/Write Web

Este irromper das vozes individuais, múltiplas, na esfera pública amplificada e distribuída que é a web provocou ondas de choque que abalaram a própria fundação dos média tradicionais, confrontados com a perda do poder que detinham sobre a produção e hierarquização da informação consumida pelo grande público. Nas palavras de O’Reilly,

The world of Web 2.0 is also the world of what Dan Gillmor calls “we, the media,” a world in which “the former audience”, not a few people in a back room, decides what’s important. (30-09-2005: 3)

Os blogues, os wikis, os podcasts, o Youtube, sites como o Digg, entre tantos outros serviços, são os emissores de onde brotam visões de base, amadoras (em mais do que um sentido), empenhadas em partilhar visões do mundo e do quotidiano fora dos poderes editoriais instituídos, tecendo a teia plural a partir de uma grande diversidade de pontos de vista. Falando ainda deste público que tomou nas suas mãos o poder de produzir e distribuir informação, escreve Jay Rosen numa espécie de manifesto intitulado The people formerly known as the audience (Rosen, 27-07-2006):

The people formerly known as the audience wish to inform media people of our existence, and of a shift in power that goes with the platform shift you’ve all heard about.

Como não sorrir perante isto? A Web 2.0 também corporiza, em muitas das suas formas de expressão, um inegável sentido de humor e de prazer na comunicação. Como escrevia Christopher Locke já em 1999, em The Cluetrain Manifesto: The End of Business as Usual, “Irony is perhaps the most common mode of Internet communications” (Cap. 7). Mas quem são estas pessoas, ainda segundo Rosen? São

[t]he writing readers. The viewers who picked up a camera. The formerly atomized listeners who with modest effort can connect with each other and gain the means to speak— to the world, as it were. (Rosen, 27-07-2006)

Não se pense, contudo, que estamos apenas perante um cenário caótico ou anárquico de informação desconexa, sem valor, para uso doméstico ou divertimento dos amigos mais próximos. Esse tipo de produção por parte dos utilizadores existe, e em número substancial, mas as coisas não se resumem a isso. Já em 2003, no seu relatório para o Media Center do American Press Institute, intitulado We Media: How Audiences are Shaping the Future of News and Information, Shayne Bowman e Chris Willis definiam assim este jornalismo feito por cidadãos comuns:

Participatory journalism: The act of a citizen, or group of citizens, playing an active role in the process of collecting, reporting, analyzing and disseminating news and information. The intent of this participation is to provide independent, reliable, accurate, wide-ranging and relevant information that a democracy requires. (Bowman & Willis, 2003: 10)

Objectivos nobres e elevados, como pode ver-se, e que têm vindo a ser perseguidos com persistência e de forma cada vez mais disseminada. A voz dos cidadãos no imenso espaço público que é a web pode ser encarada como um dispositivo de reforço da própria democracia e de expressão de uma cidadania completa:

Once they were your printing presses; now that humble device, the blogue, has given the press to us. That’s why blogues have been called little First Amendment machines [1]. They extend freedom of the press to more actors. (Rosen, 27-06-2007)

Contudo, a participação das pessoas, dos não-profissionais, não se resume à questão das notícias. A verdade é que rapidamente as empresas e serviços perceberam que os utilizadores adicionam valor, e essa é uma das lições que O’Reilly retira do fenómeno da Web 2.0 (O’Reilly, 30-09-2005). Mas nem todos o fazem voluntária e deliberadamente. Essa arquitectura de participação tem que ser planeada, organizada e suportada pelas próprias formas como os utilizadores usam os serviços. Sabendo-se que apenas uma pequena percentagem de utilizadores tem a persistência e vontade necessárias para adicionar de forma explícita valor às aplicações e serviços que utiliza, cabe às empresas Web 2.0

set inclusive defaults for aggregating user data and building value as a side-effect of ordinary use of the application. (op. cit.)

Os blogues, como também a Wikipédia (e outros serviços, diríamos) mobilizam essa inteligência colectiva como uma espécie de filtro, configurando aquilo que James Surowiecki designou como the wisdom of crowds (referido por O’Reilly, 30-09-2005), conceito que analisaremos com mais detalhe mais à frente. Através destes dispositivos de publicação e de comunicação (blogues, wikis, user-powered sites, como o Digg), do bookmarking social (Delicious, Diigo, etc.), da partilha de imagens e vídeos (Flickr, Youtube), assistimos a um fluxo ininterrupto de informação que circula na rede, de pessoas para pessoas, de qualidade desigual, mas que, dada a dimensão do fenómeno e dos números envolvidos, resulta num ganho de conhecimento disponível e partilhável por todos.

Num relatório produzido no âmbito do JISC (Joint Information Systems Committee, Reino Unido), datado de Fevereiro de 2007 e intitulado What is Web 2.0? Ideas, technologies and implications for education, Paul Anderson identifica seis grandes ideias que suportam o conceito de Web 2.0, e que não se afastam muito da visão avançada por O’Reilly:

1. A produção individual e os conteúdos produzidos pelos utilizadores (Individual production and User Generated Content)

Esta ideia agrega, por um lado, a noção de publicação pessoal e auto-expressão, potenciadas pela facilidade de acesso oferecida pelas novas tecnologias aliadas à noção de “Eu também consigo fazer isso” (em termos sociológicos e culturais, uma espécie de neo-punk) e, por outro, uma faceta mais ligada à cidadania e à intervenção na sociedade, que já referimos, na forma do citizen journalism.

2. A mobilização do poder da multidão (Harness the power of the crowd)

Para Paul Anderson (2007), a questão aqui é tentar determinar de que forma interpretamos termos como “inteligência” na expressão “inteligência colectiva” e de que modo isso se relaciona com a noção de “informação”. O próprio conceito de Wisdom of Crowds (sabedoria das multidões) avançado por Surowiecki, na obra com o mesmo nome, é também ele instável e passível de diversas interpretações, algumas delas erróneas (cf. Anderson, 2007). Esta noção de “sabedoria das multidões” não se refere a uma massa anónima agindo concertadamente e com objectivos comuns, mas antes a indivíduos desenvolvendo as suas acções de forma independente que, no seu conjunto, produzem resultados superiores, em determinadas circunstâncias, aos que um único individuo poderia obter. No mesmo sentido devem ser vistas as folksonomies, neologismo derivado de taxonomy e que designa, na definição de Thomas Vander Wal,

the result of personal free tagging of information and objects (anything with a URL) for one’s own retrieval. The tagging is done in a social environment (shared and open to others). The act of tagging is done by the person consuming the information. (citado por Anderson, 2007: 17)

Trata-se de uma acção individual, não de um esforço colaborativo, destinada a facilitar a organização e processamento de informação por parte de um utilizador, nos seus próprios termos (i.e. usando o seu próprio vocabulário). Contudo, pelo facto de ser partilhada no espaço público, permite que grupos de utilizadores com um vocabulário similar funcionem como uma espécie de “filtros humanos” (Anderson, 2007). Um outro aspecto importante no que toca à folksonomy é que as tags (etiquetas ou palavras-chave) estão constantemente a ser geradas, pelo que se torna possível detectar tendências de interesse emergentes. A possibilidade de identificar informação contextual quando as tags são agregadas deriva do elevado número de pessoas que as produzem e utilizam (Owen et al., 2006; referidos por Anderson, 2007), o que configura um cenário típico da “sabedoria das multidões” (wisdom of crowds) (Anderson, 2007).

3. Dados em grande escala (Data on an epic scale)

Um dos factores basilares na Web 2.0 é a capacidade das empresas e serviços coligirem e gerirem a imensa massa de dados disponíveis, que cresce incrementalmente, transformando-a num fluxo contínuo que pode ser, depois, utilizado de modo eficiente pelas pessoas. Já no seu artigo fundador de 2005, O’Reilly afirma que o valor do software “is proportional to the scale and dynamism of the data it helps to manage” (30-09-2005: 1). A maior parte destes dados são uma espécie de efeito secundário resultante da utilização normal dos vários serviços disponíveis na Internet (Google, Amazon, eBay, etc.), que recolhem e agregam os hábitos e perfis de utilizadores para depois construírem uma arquitectura de dados que permita desenvolver serviços mais personalizados e optimizar outros aspectos, como a publicidade, por exemplo (Anderson, 2007).

Característico destes serviços é o facto de aprenderem sempre que são usados e serem tanto melhores quanto mais pessoas os utilizarem: este é um dos cenários em que a já referida “sabedoria das multidões” (wisdom of crowds) parece emergir (O’Reilly, 30-09-2005; Anderson, 2007). Se, por um lado, este trabalho sobre os dados torna a vida de todos mais fácil no ciberespaço, ele levanta, por outro, preocupações quanto a questões de privacidade, propriedade da informação recolhida e usos potencialmente perversos para que pode ser utilizada (Anderson, 2007). Ainda, dada a relevância destes dados para o desenvolvimento e sucesso das empresas Web 2.0, há uma tendência natural para estas usarem standards proprietários que tornam difícil ou mesmo impossível aos utilizadores ou aos programadores migrar estes dados para outros serviços. Como refere O’Reilly,

the race is on to own certain classes of core data: location, identity, calendaring of public events, product identifiers and namespaces. (30-09-2005: 3)

Contudo, parece haver actualmente uma tendência para a utilização de APIs (Application Programming Interfaces) abertas e para soluções que permitem a interoperabilidade e a exportação/importação de dados entre serviços. Um dos elementos emergentes de maior importância é a OpenId, que permite às pessoas usar o mesmo nome de utilizador e a mesma palavra-passe em todos os serviços que suportem esta norma.

4. Arquitectura de participação (Architecture of Participation)

Duas ideias fundamentais neste conceito são, naturalmente, a colaboração entre as pessoas na Web e os conteúdos produzidos pelos utilizadores. Mas tão importante como isso é o facto de os serviços serem desenhados para facilitar e potenciar a utilização em massa pelas pessoas. Isto é, a sua arquitectura é pensada para poder aproveitar ao máximo o input dos utilizadores e tornam-se melhores à medida que essa utilização aumenta, sobretudo através da facilidade de uso e da disponibilização de ferramentas muito funcionais, baixando consideravelmente as barreiras que podem obstar à utilização da tecnologia. A busca do Google ou o BitTorrent (protocolo de partilha de ficheiros peer-to-peer) são exemplos claros de serviços deste tipo (Anderson, 2007).

5. Efeitos da rede, leis de potência e a “Cauda Longa” (Network effects, power laws and the Long Tail)

O conceito de “efeito de rede” (network effect) aplica-se mais comummente a redes de telecomunicações (embora não exclusivamente), e designa o aumento de valor de um serviço em que existe alguma forma de interacção com outros à medida que mais pessoas o utilizam (Anderson, 2007). Aplicado à realidade da Web, torna-se óbvio que o valor de muitos serviços, nomeadamente daqueles que assentam em tecnologias de software social, como o MySpace, o Facebook, o Delicious ou o Twitter, por exemplo, está intimamente ligado ao número de utilizadores que têm. À medida que este “efeito de rede” aumenta e as pessoas percepcionam uma maior popularidade num determinado serviço, é frequente que este exiba uma crescimento exponencial e ganhe muito rapidamente preponderância em termos do mercado (Anderson, 2007).

Este “efeito de rede” presente na Internet, suportada numa rede física de telecomunicações, é ampliado e potenciado pela natureza orgânica e relacional (hipertextual) da Web. O conteúdo contribuído pelos utilizadores, as novas ligações constantemente criadas ou o recurso a serviços que agregam dados intensifica e aprofunda este mesmo efeito. O aperfeiçoamento constante dos serviços e aplicações Web 2.0 é alimentado por este efeito de rede, integrando a já referida arquitectura de participação (Anderson, 2007).

Contudo, o “efeito de rede” não tem uma distribuição equitativa e regular por todos os utilizadores, ou seja, o “valor” adicionado varia de pessoa para pessoa, consoante o uso que dele é feito. Algumas páginas são mais relevantes do que outras para nós, e daí estarem nos nossos “favoritos”, e nem todos os nossos contactos de email têm a mesma relevância, por exemplo. Este valor relativo é, assim, ditado por uma distribuição baseada numa “lei de potência” (power law). Essa distribuição é representada por uma linha continuamente decrescente e é caracterizada por

a very small number of very high-yield events (like the number of words that have an enormously high probability of appearing in a randomly chosen sentence, like ‘the’ or ‘to’) and a very large number of events that have a very low probability of appearing (like the probability that the word ‘probability’ or ‘blogosphere’ will appear in a randomly chosen sentence) (Benkler, 2006, citado por Anderson, 2007: 22).

Este tipo de distribuição evidencia uma “cauda” muito longa, dado que a amplitude de uma “lei de potência”, à medida que se estende em direcção ao infinito, se aproxima do valor zero mas nunca chega a atingi-lo (Anderson, 2007).

A expressão “Long Tail” [2] foi primeiro usada por Chris Anderson, da revista online Wired, no artigo assim intitulado, e que tinha como lead

Forget squeezing millions from a few megahits at the top of the charts. The future of entertainment is in the millions of niche markets at the shallow end of the bitstream. (Chris Anderson, 2004)

Nele, Chris Anderson avança a ideia de que os produtos com pouca procura ou com volumes de venda baixos (que se encontram na “long tail”) podem, em conjunto, chegar a uma quota de mercado que iguala ou supera a de um número restrito de produtos que sejam campeões de vendas, desde que a rede de distribuição tenha a dimensão suficiente e que não haja, também, barreiras artificiais que impeçam as pessoas de adquirir os produtos no extremo mais distante da “cauda”.

The Long Tail. Paul Anderson (2007: 23).

Segundo Chris Anderson (2007), estamos a evoluir para uma cultura e uma economia em que os muitos milhões de pessoas que constituem estes nichos na “cauda” têm, de facto, importância. Um dos elementos que alimenta os nichos especializados, a personalização e a fragmentação é, precisamente, a facilidade com que as novas ferramentas e tecnologias permitem a passagem de uma massa passiva de consumidores a uma multidão activa de indivíduos produtores de conteúdos.

6. Abertura (Openness)

Esta é a última das seis grandes ideias que, para Paul Anderson (2007), suportam o conceito de Web 2.0. Segundo o autor, apesar das muitas leis e regulamentações em torno do controlo, acesso e direitos relativos aos conteúdos digitais, existe na Web uma longa tradição de trabalhar de forma aberta, que se manifesta, também, como uma força poderosa na Web2.0: os open standards, o software open source, a utilização livre de dados e a sua reutilização, o trabalhar num espírito de inovação aberto à participação de outros, tudo isto tem sido importante no seu desenvolvimento.

Naturalmente que essa tradição levanta vários problemas para os quais é necessário encontrar respostas. Há uma quantidade incomensurável de informação armazenada na Web, mas dadas as diferentes formas como as empresas e serviços procedem à sua recolha e agregação, é necessário promover standards abertos que permitam, por um lado, a sua transferência (data exchange) e, por outro, a sua consulta e utilização de modo simples e eficaz.

Além disso, as questões do copyright e da propriedade intelectual têm que ser devidamente ponderadas neste contexto de abertura e de partilha de conhecimento e de informação. Se muitos utilizadores distribuídos ao “longo da cauda”, por diversas razões e motivações, prescindem com facilidade de parte ou da totalidade desses direitos, já noutras situações, quando estes representam a base de uma actividade ou de uma reputação profissional (escritores, músicos, académicos), esta problemática coloca-se com particular acuidade.

A tendência parece ser, apesar de tudo, para uma abertura e partilha cada vez maior de conhecimento científico e de informação. São casos paradigmáticos as várias iniciativas ligadas aos conteúdos educacionais abertos (open content), objectos de aprendizagem (learning objects), recursos educativos abertos (open educational resources) e cursos abertos (open courseware); as revistas cientificas de acesso livre [3] e o Public Knowledge Project [4], que disponibiliza, entre outros serviços, software de suporte à publicação de revistas científicas e académicas ou à realização de conferências de acesso livre; ou o projecto Creative Commons [5],cujas licenças permitem uma grande amplitude e flexibilidade relativamente às condições de uso que um autor pode definir relativamente àquilo que produziu, desde o copyright total – todos os direitos reservados – até ao domínio público – sem quaisquer restrições.

Notas

[1] Texto da 1ª Emenda à Constituição dos Estados Unidos da América: Congress shall make no law respecting an establishment of religion, or prohibiting the free exercise thereof; or abridging the freedom of speech, or of the press; or the right of the people peaceably to assemble, and to petition the Government for a redress of grievances.

[2] Traduzido por “A Cauda Longa”, aquando da publicação em Português (2007) da obra que Chris Anderson veio a escrever mais tarde com o mesmo título do artigo (2006).

[3] O Directory of Open Access Journals contava, no início de Dezembro de 2008, com 3766 publicações listadas, qualificadas como “free, full text, quality controlled scientific and scholarly journals”, e uns impressionantes 239755 artigos, distribuídos por 17 áreas científicas. http://www.doaj.org/, acedido em 015-12-2008.

[4] Da página do projecto: “The Public Knowledge Project is a research and development initiative directed toward improving the scholarly and public quality of academic research through the development of innovative online publishing and knowledge-sharing environments”. http://pkp.sfu.ca/, acedido em 15-12-2008.   “Share, Remix, Reuse – Legally” é o lema desta organização sem fins lucrativos, cujo site pode ser encontrado em http://creativecommons.org/.

[5] “Share, Remix, Reuse – Legally” é o lema desta organização sem fins lucrativos, cujo site pode ser encontrado em http://creativecommons.org/.

Referências Bibliográficas

Anderson, Chris (2007). A Cauda Longa. Lisboa: Actual Editora. [Edição original em Inglês de 2006, pela Hyperion, EUA].

Anderson, Chris (2004). The Long Tail. Wired Magazine, Issue 12.10, Outubro. Disponível http://www.wired.com/wired/archive/12.10/tail.html [acedido em 15-12-2008].

Anderson, Paul (2007). What is Web 2.0: Ideas, technologies and implications for education. JISC Technology and Standards Watch. Disponível em http://www.jisc.ac.uk/media/documents/techwatch/tsw0701b.pdf [acedido em 15-12-2008].

Bowman, Shayne & Willis, Chris (2003). We Media: How Audiences are Shaping the Future of News and Information. The Media Center at the American Press Institute. Disponível em http://www.hypergene.net/wemedia/download/we_media.pdf [acedido em 15-12-2008].

Locke, Christopher; Levine, Rick; Searls, Doc; Weinberger, David (1999). The Cluetrain Manifesto: The End of Business as Usual. Disponível em http://www.cluetrain.com/book/index.html [acedido em 15-12-2008].

O’Reilly, Tim (30-09-2005). What Is Web 2.0: Design Patterns and Business Models for the Next Generation of Software. O’Reilly. Disponível em http://www.oreillynet.com/pub/a/oreilly/tim/news/2005/09/30/what-is-web-20.html[acedido em 15-12-2008].

Rosen, Jay (27-06-2006). The People Formerly Known as the Audience. Pressthink. Disponível em http://journalism.nyu.edu/pubzone/weblogs/pressthink/2006/06/27/ppl_frmr… [acedido em 15-12-2008].